terça-feira, 6 de setembro de 2011

Vespertina

Vem solidão

Latindo no meio da rua

Como cão, entra na minha barriga-sem-dono.

Fico eu ventríloquo, sem fantoche.

E as luzes de superfície

Correm por essa pele de lombadas

Enxergam na contramão

O essencial está no espinho

Invisível no clarão ( na luz do dia )

As palavras ajudam na dimensão

Como calçar o corpo magro

Vestir o vazio e apertar com cinta

O flagelo e o sentir são família

Embora eu ainda tenha sede de rua

A casa destelhou

Restam algumas paredes de limite

A confusão em cima da superfície,

A dimensão sem teto,

O mendigo tem afeto...

Em cima da ponte e não embaixo!

Na luz do sol e dos olhares famintos

Caminha eu e o outro

Só.

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