segunda-feira, 23 de agosto de 2010

À Toa

Por quantos navios já me fiz rebocado...
Boas lembranças daqueles que segui sem cordas
Alguns me fizeram atravessar horizontes
Já outros me deram margens e águas rasas.
Alguns cortaram a corda no meio do caminho
Agradeço-lhes! Pude atracar-me na ilha, habitando o deserto.
Confundi muitas vezes toa com âncora,
E me vi navegar sem sair do lugar.
Porém sempre encantado pelos submarinos
Que revelavam na superfície seus passeios profundos
Mas logo mergulhavam novamente dizendo
Superfície demais dá enjôo!
Do náufrago é possível derivar e ser-me
Velejando por muito sal de saldade
Descobri no fim trágico o essencial:
Amar sem cordas.
Dois navios descobrem a beleza,
Quando juntos estão para simplesmente navegar

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