sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Universo

Como dizer do mundo um abrigo
se às vezes ele faz o menor sentido
Pessoas vivem te julgando
por este burro e fascinante pedaço de papel
Quem comanda este universo?
ele acaba em uma história ou em um verso?
Uma caixa? Quatro paredes? Sem teto?
Gente de crenças e raças diferentes
um eterno tapete de parentes e dentes
que afiados infinitamente nos mordem
durante a vida...
Desejo pelo poder da conclusão
chegar a um certo padrão
de lógicas e católicas explícitas
A idade da vítima vida à uma eterna infinita
ou no final ter que voltar a fita
ao ano zero, onde tudo é certo e repleto
de coisas nunca vistas sempre escondidas
da nossa noção humana sobre criação
Sempre vivendo em vírgulas iremos
por nunca vermos o final depois da partida
Só imaginar o começo e o final dessa fita...

A Areia e a Vida

Qualquer chuva nos marca.
Qualquer tempestade nos deixa atordoados.
Os vendavais nos levam para muito longe
Sem saber para onde vamos, onde chegaremos
E nos forçam a esquecer o caminho de volta.
Quando nos unimos, formamos uma coisa linda e incrível
Para muitos não se passa de um deserto,
Seco e sem saída que, com pegadas desenha e alinha seus horizontes.
As pegadas, com o tempo desaparecem, podendo sempre surgir novos caminhos
E podendo deixar muitos, que seguramente as seguem, perdidos e desesperados.
Com certeza no meio de muitas dunas e montanhas de areia, muitos não acharam a saída,
Mas muitos que com fé traçam seus próprios caminhos,
Acharam um oásis, que com sombra e água fresca os espera.

Meu Enterro

Quando morrer, não quero ser velado numa sala com lajotas frias
Nem luzes brancas, nem vela
E sim a luz do dia

Não quero que me mandem flores também mortas em coroas
Nem que me vistam de terno
E digam que tudo o que fiz foram coisas boas

Não quero ser o amargo da comida desse dia
Nem ser o infinito segundo de uma memória fria

Não quero que apague meu nome da sua agenda
Nem que diga que a última ligação
Por mim foi feita

Não quero 1 minuto de silêncio
Quero barulho, quero música!
Ou melhor, as canções que eu gostava...

Abracem minha mãe e digam o quanto vocês gostavam de mim
Mesmo que seja uma mentira sincera
Não quero ouvir "meus pêsames"
Nem um olhar triste pra ela

Não quero ser o atestado
Nem o motivo da falta
Quero um dia ensolarado
Um sorriso plantando rosas

Se rezarem peçam pra vocês
Porque eu, com certeza estarei bem
Bem ao ponto de olhar para baixo
E fazer desse desencontro
Meu crescer

Que assim seja feita a sua vontade
Mas a minha também.

Sendo assim quando vocês sonharem comigo
Pensarem em mim
Vão lembrar da vida que eu vivi
E não do dia que eu morri
Amém!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Freetown

A liberdade não existe enquanto não houver desejo.

Os limites do mundo.

Os protocolos da vida.

As barreiras entre o tempo e o espaço.

A organização subjetiva dentro desse território chamado ficção humana.

O vazio no qual gravita todas coisas para as quais não se têm palavras.

O desejo do eterno retorno.

A insensatez daqueles que seguem desconhecendo.

O rio de afetos que transborda nas margens da existência.

O medo de ser, apenas ser.

Aquilo que chamamos de isto.

A coisa.

A seta do arco que há muito se disparou.

O olhar da arte, que encaminha o desatino para a beleza.

O nascer e o pôr do sol.

Tudo faz àquele que morre, esperar na vida.

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