sexta-feira, 25 de março de 2011

O Relógio na Boca do Gato

Estávamos almoçando em casa:

Eu, mãe, vó, quando, de repente, chega meu irmão com seu caderno de desenhos.
Ele gosta muito de desenhar.
Nos mostrou um desenho que me fez valer o dia.

Dei um nome a este desenho - "O Relógio na Boca do Gato."

Nós tínhamos uma gata persa que se chamava Manu.
Há 4 anos a dita cuja morreu de velhice em nossos colos.
O enterro foi aqui mesmo, presenciado e cavado por todos.
A princípio, quando vi o desenho, não percebi que as tijelinhas tinham um nome: "Manu". Ficara complexamente encantado com o relógio na boca do gato.
Mas quis perguntar ao meu irmão o que era aquele desenho.
Ele me disse "É a casa da Manu, olhe a tijelinha com o nome dela."
Fiquei mais encantado ainda, pois até então achava que era a casa de um ser humano. Então comecei a entender o porque do relógio ser um gato e estar dentro da boca do dono da casa.
Eu disse: isso é muito incrível, mas minha mãe e minha vó não entendiam. E me perguntaram o que há de tão incrível em ter um relógio na boca de um gato?
Respondi dizendo: Ele é perecível.
Então meu irmão disse "Talvez estivesse pensando na morte da Manu quando fiz este desenho." "Na verdade este desenho é uma homenagem a ela."
Haveria uma forma tão incrível de representar, através de um desenho, o enigma que é o "feito pra acabar", o "ir pra nunca mais", o "perecer", O "morrer" para uma criança de 6 ou de 27 anos?
Agora entendo a frase "Pensando na morte da bezerra".
Contemple 'seu' desenho...




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