quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Educação Sentimental II

Lembro que minha época de colégio era sempre um sofrimento pra mim e para meus amigos. O primeiro dia de aula nem se fala. A criançada chorando e as mães sem saber o que fazer os deixavam, falando que aquilo iria passar e iam embora.
Quantas vezes você já viu uma criança que bateu o joelho, que caiu de bicicleta, que chorou ao ver o pai ir trabalhar, que foi chorando no médico ouvir frases como: “Não foi nada”, “Passou, passou”, “Tá tudo bem”, “Não chora”, “Antes de casar sara”?
Como não foi nada? Como não chorar? Não ta tudo bem! Eu vou ter que esperar meu casamento? Eu sei que é difícil ver alguém sofrendo, mas mais difícil é sofrer sem saber qual é o sofrimento.
Deveríamos ter uma experiência gastronômica com os sentimentos, esse é amargo, esse é doce, esse é azedo, esse é salgado e assim por diante... e isso é trabalho para o Chef do momento. Senão mais tarde veremos o homem de lata e o super-homem perambulando os consultórios psiquiátricos e psicológicos. Saindo dos mesmos com pianos marcas borderline, embotamento afetivo, transtorno do pânico, sendo que na verdade um tenta ver o que tem dentro da lata mais não consegue e o outro teve que criar um novo herói para suas indefinidas fraquezas. Nietzsche diz que para tudo aquilo que demos palavras significa que já passamos a diante.
Acho que vou abrir um restaurante sentimental.
Vai um macarrão de medo com molho de ansiedade, um suco amargo de tristeza e pra finalizar um pudim bem doce de saudade?

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